VULTOS DA MINERALOGIA - HOMENS QUE EDIFICARAM A CIÊNCIA DOS MINERAIS DESDE A ANTIGUIDADE AO MOMENTO ATUAL

 VULTOS DA MINERALOGIA - HOMENS QUE EDIFICARAM A CIÊNCIA DOS MINERAIS DESDE A ANTIGUIDADE AO MOMENTO ATUAL

 "O mineralogista": obra de Karl Spitzweg (1808-1885) - acervo do Heydt-Museum, Wüppertal, Alemanha (domínio público).

Prof. PhD. Paulo Cesar Pereira das Neves (usppd@yahoo.com.br).

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Prolegômenos    

    Desde  os primórdios o homem observou e sentiu atração pelos minerais. Sentia, intuitivamente. que aquelas substâncias além de belas, lhes serviriam para o seu processo de desenvolvimento da espécie que se tornou dominante no mundo biológico. Os primeiros usos efetivos dos minerais parecem ter sido suas utilizações nas pinturas rupestres das cavernas, como armas rudimentares e objetos de peso, em atividades de pesca. Para isso, já tinham conhecimento, mesmo que empírico, de algumas de suas propriedades, como dureza, cor do traço, densidade, peso específico, etc...


(Fonte: Wikipedia).
Famosas pinturas rupestres de Lascaux (França), onde o homem pré-histórico procurava reproduzir o mundo que o cercava. Para isso utilizava minerais de fácil desgaste, como hematita, pirolusita, malaquita, etc. 

    A seguir apresentaremos uma galeria, em ordem cronológica, de todos aqueles cientistas que se destacaram na ciência mineralógica.
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Daniel Atencio (*12.05.1959 - São Caetano do Sul, São Paulo), geólogo, Livre Docente da Universidade de São Paulo, Departamento de Geotectônica e Mineralogia. Um dos mineralogistas mais significativos do Brasil contemporâneo. Participou da descoberta de 34 novos minerais (22 deles minerais-tipo do Brasil - almeidaíta, carlosbarbosaíta, bendadaíta, brumadoíta, césarferrei-raíta, correianevesita, coutinhoíta, fluorcalcio- microlita, fluorlamprofilita, guimarãesita, hidroxicalciomicrolita, hidrokenomicrolita, hidroxicalcio-romeíta, lindbergita, manganoeudialita, matioliíta, melcherita, menezesita, parisita-(La), pauloabibita, ruifrancoíta e waimirita-(Y)). 

É professor de Cristalografia na USP e supervisor do laboratório de difração de Raios-X. É, também, o representante do Brasil na Comission on New Minerals and Mineral Names (CNMMN)/Comission on New Minerals Nomenclature and Classification (CNMNC), da International Mineralogical Association (IMA). É autor do livro Type Mineralogy of Brazil - a book in progress e co-autor em parceria com o geólogo Paulo Cesar Pereira das Neves, da Enciclopedia dos Minerais do Brasil (Elementos Nativos e Halogenetos; Sulfetos e Sulfossais; Óxidos e Hidróxidos; Carbonatos, Sulfatos e Combinações Orgânicas); Fosfatos, Arsenatos e Vanadatos; Tectos-silicatos, Filossilicatos; Inossilicatos; Ciclossilicatos e Sorossilicatos; Nesossilicatos), num total de 10 volumes.
    
Em sua homenagem foi nomeado o mineral atencioíta (Ca2Fe2+3Mg2Be4(PO4)6(OH)4·6H2O), encontrado em Linópolis, Divino das Laranjeiras, no vale do rio Doce, Minas Gerais, Brasil. 
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José Bonifácio da Andrada e Silva (*13.06.1763 - Santos, São Paulo; +06.04.1838 - Niteroi, Rio de Janeiro) é considerado o "Pai da Mineralogia" brasileira, sendo o primeiro brasileiro a descrever uma espécie mineral, a petalita (LiAl(Si4O10), na Suécia.

Bonifácio foi um químico industrial e estadista, que deixou grande legado à mineralogia do Brasil. Descreveu outros três minerais: espodumênio (LiAl(Si2O6), criolita (Na3AlF6) e "escapolita" grupo de minerais que formam uma solução sólida entre a marialita (Na4Al3Si9O24Cl) e a meionita (Ca4Al6Si6O24CO3), além de diversas variedades, todas também na Suécia. Uma honraria que recebeu post mortuis, em reconhecimento à sua notável atuação, foi dada pelo notável mineralogista norte-americano James Dwigth Dana, designando o mineral andradita (Ca3Fe3+2(SiO4)3), em alusão ao seu sobrenome.
    
A maior parte de sua vida científica se deu na Europa, onde conviveu com os mais renomados cientistas da época, com os quais consolidou fortes conhecimentos sobre as ciências naturais. Após, veio ao Brasil, onde teve uma imensa atividade políticas. Foi Ministro do Reino e dos Negócios Estrangeiros do Império, foi o Patriarca da Independência do Brasil de Portugal e, foi tutor de Dom Pedro II até sua maioridade. Destacou-se também por ser um defensor das áreas florestais, dos cuidados com a água e das atividades de mineração. Em resumo, José Bonifácio foi um homem à frente de seu tempo. 
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Luiz Alberto Dias Menezes Filho (*05.10.1950 - São Paulo; +09.07.2014 - Belo Horizonte), foi engenheiro de minas e colecionador de minerais. 

Desde a mais tenra idade adquiriu o fascínio pelos minerais, tornando-se com o tempo, um dos principais mineralogistas brasileiros. Teve participação na proposição de cerca de treze minerais-tipo do Brasil, além de ter tido em sua homenagem a denominação do mineral menezesita (Ba2MgZr4(BaNb12O42).12
H2O), um niobato da mina de Jacupiranga, em Cajati, São Paulo. 

Foi o fundador do Clube de Ciências Campo Belo, em São Paulo, que fazia reuniões para discutir mineralogia, além de excursões para coletas, principalmente em Minas Gerais. Este clube foi o precursor da Associação Brasileira de Gemologia e Mineralogia. Fazia doutorado em Mineralogia, na Universidade Federal de Minas Gerais, quando foi acometido precocemente por um agressivo câncer de próstata, vindo a falecer em decorrência. Perdeu, assim, o Brasil, um de seus mais proeminentes pesquisador e incentivador da ciência mineralógica.
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Platão (*427 a. C. - Atenas; +347 a. C. - Atenas), filósofo da Grécia antiga, cujo nome era Arístócles a a alcunha "Ombros Largos", significado de Platão em grego.
Foi Platão quem definiu os primeiros sólidos fundamentais (tetraedro, hexaedro, octaedro, pentágono dodecaedro e icosaedro), ao observar estas formas em grãos de areia do Mediterrâneo. Estes são considerados os sólidos platônicos, contribuindo assim o pensador grego com o início do desenvolvimento da ciência denominada Cristalografia. Platão foi quem primeiramente relacionou as observações na natureza às formas externas dos cristais naturais, com o que foi possível, mais tarde, estabelecer os princípios basilares de simetria cristalina.
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